“Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que devemos fazer”, relatório lançado (10/06) pela Organização Internacional do trabalho (OIT) alerta que, em todo o mundo, uma criança por minuto sofre acidente, adoece ou desenvolve problemas psicológicos como conseqüência do trabalho. A estimativa é de que 215 milhões de crianças trabalhem, das quais 115 milhões em atividades de risco.
O documento marca o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, 12 de junho, e aponta que, apesar da queda no número de crianças e jovens de 5 a 17 anos submetidos a trabalhos perigosos entre 2004 e 2008, a quantidade de adolescentes entre 15 e 17 anos nestas condições aumentou 20% no mesmo período – de 52 milhões para 62 milhões.
A alta vulnerabilidade dos jovens foi constatada não apenas nos países em desenvolvimento, mas nos Estados Unidos e na Europa. “A continuidade do trabalho infantil é culpa do modelo de crescimento. Combater atividades que ponham em risco a segurança, a saúde e a moral das crianças tem de ser prioridade”, afirma o Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia.
Para a Especialista Independente das Nações Unidas para Formas Contemporâneas de Escravidão, Gulnara Shahinian, “pobreza, conflito e práticas tradicionais nocivas são as principais causas do trabalho infantil. A demanda é grande porque é barata e porque crianças são mais dóceis e fáceis de disciplinar que os adultos, além de muito amedrontadas para reclamar”.